Execução no Aeroporto: Delator do PCC É Morto Sob Suposta Falha de Segurança

Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, conhecido por delatar informações sobre o PCC, viajou de Maceió para São Paulo acompanhado por um segurança particular antes de ser assassinado na área de desembarque do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na sexta-feira (8). Ele estava com sua namorada, carregando uma mala de joias no valor de aproximadamente R$ 1 milhão.

Além dos quatro seguranças que o aguardavam no aeroporto, o soldado Samuel Tillvitz da Luz, integrante do 18° Batalhão Metropolitano, também estava encarregado de sua segurança. Segundo depoimento à Corregedoria da PM, Samuel trabalha para Gritzbach há cerca de um ano e, antes do desembarque, se comunicou com a equipe de segurança em solo para confirmar que a área estava segura. Logo após atravessar a entrada de vidro, ele ouviu disparos e se protegeu atrás de um ônibus próximo. Em seu depoimento, explicou que decidiu se abrigar para garantir sua própria segurança.

Os seguranças contratados para acompanhar Gritzbach foram indicados por um tenente da PM, embora a segurança particular por policiais militares seja proibida, configurando uma transgressão disciplinar grave. No sábado (9), os policiais Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima foram afastados de suas funções até a conclusão das investigações. A Polícia Civil apura se a equipe de segurança de Gritzbach teria facilitado, intencionalmente, o ataque ao empresário.

Adolfo, um dos seguranças, afirmou em depoimento que foi recrutado em 2023 pelo tenente Garcia para trabalhar na segurança de Gritzbach e aceitou o serviço temporário nos dias que antecederam o assassinato devido a dificuldades financeiras. Jefferson, outro integrante da escolta, também confirmou ter sido contatado pelo tenente Garcia e que tinha como função proteger o filho do empresário.

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto na sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que atividades externas à Corporação violam o regulamento disciplinar e podem resultar em punições. No caso em questão, os policiais envolvidos estão sendo investigados e permanecem afastados de funções operacionais.

As câmeras de segurança do aeroporto capturaram o momento em que Gritzbach foi morto. Nas imagens, ele aparece carregando uma mala na área externa, quando dois homens encapuzados saem de um carro preto e atiram pelo menos 29 vezes em sua direção. O empresário tentou fugir, mas foi atingido por 10 tiros, em várias partes do corpo.

Os policiais que estavam encarregados de sua segurança afirmaram que um problema mecânico em um dos veículos os atrasou. Enquanto o grupo esperava no posto de gasolina, um dos carros apresentou falha na ignição, obrigando-os a reorganizar o transporte. Investigações indicam a possibilidade de que essa falha na segurança tenha sido proposital.

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